Fim de eleição

Fim de apuração. O sentimento é de inquietude, de incompreensão.

De repente, toda sede de mudança, todo o bom senso, toda necessidade de alternância se diluiu.

E não se encontra ligação com os protestos de julho do ano passado, aliás em passado algum.

A democracia brasileira foi à mídia, fez dela seu palco.

Estarreceu-se diante da morte prematura de um prensidenciável, diante da comoção de uma nação.

Criou expectativas, promoveu debates, vaticinou resultados com os oráculos viciados de suas pesquisas de opinião.

E manipulou. Na simples observância da profissão de reportar fatos, na seleção das condições úteis da informação.

Do espaço no horário político às mentiras permitidas, desde que marqueteiros e publicitários as reinventassem com efeitos especiais de televisão.

Afinal, tempo e dinheiro fazem tudo, dão até nova impressão.

E dessa forma, nos deformam.

Democracia que mostra a sua face mais oculta, onde o poder da “cracia” ainda é oligárquico, e só se liga ao povo do “demo” porque continua a demo-dominá-lo.

E não nos permite nem ao menos a opção.

Resta sempre a não aceitação, o não conformismo.

Resta o lúcido espírito da subversão.

Que venha a mudança, completa e profunda. Mas que ela venha, mais do que nunca, do fundo da alma de cada brasileiro da nossa nação.

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