Tudo o que for é graça

Graça é experienciar a loucura de Deus em nossa própria vida.

É o significado mais direto, é a ação mais profunda e intensa D'Ele.

E como diz certa frase:

“Graça é Deus dar o que eu não mereço, e misericórdia é Deus não dar o que eu mereço”.

A verdade é que vivemos, nos movemos e existimos mergulhados na graça do Criador.

Mas graça é também aquela fantástica mudança de olhar.

É ver a vida inteira como puro dom, presente a cada instante, graça de graça.

Seja o bem ou seja o mal que nos venha ou se faça a nós.

Contudo, nem tudo é graça.

E o mundo ao nosso redor orbita numa distância cósmica dela.

Somos filhos de gerações de corruptores, de assassinos e ladrões da graça de Deus.

Humanidade que caiu na real desgraça.

A queda que acontece todo dia, quando se cai da graça.

Des-graça sou eu, quando tento "melhorar" a graça pra mim ou para outros.

Des-graçado é o homem que se mutila de Deus, que o expele de seus pensamentos,

que não enxerga o encontro com a graça no encontro com o próximo.

Des-graça é expulsar Deus dos templos, e em seu lugar cultuar a orgia da própria volúpia, a luxúria divinizada, o show da falta de amor ...

Entretanto, essa graça abre olhos, reutiliza ouvidos.

Levanta coxos e ressuscita.

Conhecer a graça é discernir a essência da vida.

Conhecer a graça é conhecer a si mesmo, na face do próximo e na face Deus.

E se ver tanto mais alto, quanto mais a graça nos diminua aos olhos de Deus e dos homens.

Todo conhecimento é autoexposição, mas toda autoexposição é também autoconhecimento.

Toda graça é trilhar o caminho das lógicas invertidas, das importâncias trocadas, ressignificadas.

É ser o que eu nunca seria por nunca querer, mas querer ser o que nunca eu sozinho poderia.

Graça é ser D'Ele.

E N'ele, tudo o que for é graça.

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