"O Exército não matou ninguém, não, o Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino não. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, está sendo apurada a responsabilidade".
A fala do presidente Jair Bolsonaro foi completamente reprovável. A mim, repugnante. Ninguém havia questionado a instituição Exército no fato até então, senão a atrocidade da morte, a ação injustificável.
Ocorre que o presidente, demorando-se seis dias para se pronunciar sobre uma fato de consternação notória, preferiu proteger a instituição, relativizando a morte, a vida humana. Iniciou separando a instituição dos agentes que lhe representam, o que, por si só, não se sustenta.
Óbvio que instituição alguma mata, é uma entidade abstrata. Mas os que dela se encontram investidos atuam sim fazendo suas vezes, são eles que atuam em função da instituição. É tanto que a Administração responde objetivamente na esfera cível pelos atos de seus agentes, ainda que a responsabilidade penal seja somente subjetiva, de cada qual.
Em seguida, o presidente usou termo de apelo para se referir ao Exército. Se o Exército é do povo, a família vitimada não é “do povo”? Não é a razão precípua da existência do Exército a proteção do povo? Não é por isso mesmo que a ação é totalmente execrável? O restante da fala é o mínimo razoável.
Até ontem o termo oficialmente utilizado foi “incidente”. Um fuzilamento com mais de oitenta tiros. Oitenta tiros. Um músico trabalhador morto, um catador de recicláveis que tentou socorrê-lo alvejado pelas costas em estado grave no hospital. Até então, nenhuma autoridade procurou as famílias das vítimas.
Respeito as Forças Armadas, sei da fundamental importância para manutenção razoável da pacificação social.
Mas não há como aceitar isso, não tenho como ficar calado.
A fala do presidente Jair Bolsonaro foi completamente reprovável. A mim, repugnante. Ninguém havia questionado a instituição Exército no fato até então, senão a atrocidade da morte, a ação injustificável.
Ocorre que o presidente, demorando-se seis dias para se pronunciar sobre uma fato de consternação notória, preferiu proteger a instituição, relativizando a morte, a vida humana. Iniciou separando a instituição dos agentes que lhe representam, o que, por si só, não se sustenta.
Óbvio que instituição alguma mata, é uma entidade abstrata. Mas os que dela se encontram investidos atuam sim fazendo suas vezes, são eles que atuam em função da instituição. É tanto que a Administração responde objetivamente na esfera cível pelos atos de seus agentes, ainda que a responsabilidade penal seja somente subjetiva, de cada qual.
Em seguida, o presidente usou termo de apelo para se referir ao Exército. Se o Exército é do povo, a família vitimada não é “do povo”? Não é a razão precípua da existência do Exército a proteção do povo? Não é por isso mesmo que a ação é totalmente execrável? O restante da fala é o mínimo razoável.
Até ontem o termo oficialmente utilizado foi “incidente”. Um fuzilamento com mais de oitenta tiros. Oitenta tiros. Um músico trabalhador morto, um catador de recicláveis que tentou socorrê-lo alvejado pelas costas em estado grave no hospital. Até então, nenhuma autoridade procurou as famílias das vítimas.
Respeito as Forças Armadas, sei da fundamental importância para manutenção razoável da pacificação social.
Mas não há como aceitar isso, não tenho como ficar calado.
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