Paternidade

Banner de divulgação do evento gospel de “resgate do patriarcado”.
Recentemente, em reportagem veiculada pelo site da revista Veja [1], descobri a nova tendência do coaching gospel: Machonaria II, o "resgate da masculinidade patriarcal".

A proposta do evento é ambiciosa e se alinha com a exorbitância no valor cobrado pelos ingressos [2]:

"Com muita alegria celebramos o segundo encontro da Confraria Nacional de Homens. Nesta edição, traremos um foco especial sobre empreendedorismo e no desenvolvimento financeiro do homem, para que assim, como em todas as áreas, ele se perceba como rei, profeta e sacerdote".

Segundo seu organizador, o pastor Anderson Silva, líder da igreja Vivo por Ti, em Brasília, haverá um espaço de atividades exclusivo para mulheres: a "Femmearia".

O sumo do que esta nova onda representa é a doentia degradação do movimento evangélico no Brasil, em sua versão mais eficientemente piorada. Somam-se a fragilidade de homens quanto à sua masculinidade, os mecanismos "coaching" de ludíbrio e o verniz da inebriante espiritualidade neopentecostal.

Contudo, paternidade nada tem a ver com masculinidade, muito menos com apelo ao patriarcado. Jesus revelou Deus como "O Pai". A paternidade é a virtude divina de promover um ambiente comunitário de harmonia perene.

O pai (e, a seu modo, a mãe) se investe da paternidade quando participa ativamente da reprodução do estado comunitário de harmonia da trindade no ambiente humano da família.
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[1] https://vejasp.abril.com.br/cidades/evento-divulgado-online-promete-resgate-da-masculinidade-patriarcal/
[2] "Os ingressos, que custam entre 1.850 e 2.950 reais, dão direito ao homem, ou ao casal, hospedagem num hotel de campo e participação em seis palestras", segundo consta da reportagem da revista.

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