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Imagem: istockphoto.com |
Parece que na vida tudo se alterna. Abre-se a boca na fome, fecha-se os olhos no sono.
Numa hora a alegria é partir pra dentro. Noutra, a tristeza é ter que cair fora.
E assim, dormir e comer estranhamente explicam porque na vida tudo é tão inesperado e contraditório.
Comer é um prazer que tem limite no espaço. Já dormir esbarra sempre no tempo.
E de pratos e sonhos o mundo tá cheio. Mas nem todo mundo tem estômago pro belo. Não é todo mundo que enxerga sabor.
Ir dormir, muitas vezes, é o anseio pelo aconchego. O cheiro gostoso da paz do travesseiro. Abraçar as cobertas até beijar a lona. Capotar no silêncio dos barulhinhos do sono.
Ir comer, com certeza, é a satisfação do encontro. Salivar as carícias de temperos na boca. Um prazer molhado a bocados salgados e doces. Do azedinho e do amargo. De brincar com as misturas, virar os olhos com delícias e descansar nas bordas da mesa.
Comida boa é como um sonho: você não quer que acabe. Sono bom é como uma refeição: a gente sempre quer repetir. Do colchão ao garfo, é assim que se mede o que é gostoso na vida.
Quem sabe dormir, sabe sentir. Quem sabe comer, sabe viver.
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