CARTA ÀS IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS

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Às Igrejas Evangélicas Brasileiras remeto:
O que fizestes à graça
e onde estará a paz
do Senhor Jesus Cristo?
É admirável o modo
como prontamente abraçastes
os extremos mais díspares
de vossa dita fé evangélica.
Não somente isso,
 também violastes
os limites irredutíveis
da boa confissão.
A arrogância de tua doutrina
é tão rigorosa
 que fariseu algum
te rejeitaria por rabi.
A vaidade de tua fé
é tão ensandecida
que nem assim se portam
os mais brutos animais.
Nas disputas sobre
quem detém o poder de Deus,
quanto vigor!
Nos embates em defesa da fé
nos currais eleitorais,
quanta destreza!
No descaso e no abuso
de pobres, órfãos e viúvas, incomparáveis!
Digo-te que nem em Babel
houve tanta engenhosidade
em elevar-se ao céu!
Onde aprendeste a fundir
a cruz com a moeda?
E por que dela ergueis teus obscenos
empreendimentos de fé?
Para cada benção pusestes um preço
e ao que Cristo comprou
com Seu sangue,
vós revendeis com juros
e cartões de crédito!
A vossa fé é transação,
vossa oração é promissória divina,
e vossa palavra é lucro
neste teu “evanjoio”.
Um pouco para
ambicionar mais influência,
um pouco para
conquistar mais espaço
e um pouco para
profetizar mais expressão …
Diante dos olhares do país inteiro,
profanais, 
em nome do Evangelho, 
o fundamento
e reputação da Igreja,
na construção de vossas
sinagogas de Satanás!
E para os escândalos,
que trabalhos!
Para as injúrias, doutores da lei!
Para o lobby com Mamon
sois mestres,
não vos faltam mais ardis.
Proclamas descaradamente
de teus púlpitos:
“vinde a mim
todos os que tem dízimos
e eu vos sobrecarregarei!”
Escutai, escutai,
escutem os que ainda
não venderam os ouvidos.
À vós remeto minha tristeza,
minha dor e minha irresignação.
Vos encomendo
a minha resoluta indignação.
Tais discursos eloquentes, 
tão cheios de moralismo e unção,
jamais poderão esconder de Deus
a rapina e malícia
que chamais de oração:
“Meu pão de cada dia
prospera hoje
pra que eu não tenha que te pedir
de novo
depois de amanhã.
Que as culpas de minhas ofensas
nunca apareçam,
assim como eu corrompo
a quem nem tem me ofendido.
E não me deixes
sair da tentação
nem livrai-me de ser mau.
Porque teu é o engano,
a propina e a escória,
para sempre,
anátema”.

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”
(Mc 4.9; Ap 3.22).

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