Teologia e Fé Cristã: as tendências da Teologia hoje em dia [Parte 3]

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3. TEOLOGIAS RECENTES
Algumas tendências têm surgido no espectro da reflexão teológica recente como ramificações reflexivas em pontos determinados, pouco abordados durante a História da Teologia. Eis algumas delas.

3.1. A TEOLOGIA DA ESPERANÇA
A Teologia da Esperança é a vertente que faz da escatologia o cerne do pensamento teológico, tanto em seu método como por objeto de reflexão.

Conforme afirma Rodrigues, na Teologia da Esperança, o evento da ressurreição de Cristo é o móvel para a prática da fé, que concita a comunidade cristã a promover a transformação da sociedade e do mundo (2005, p. 84).

O nome de maior destaque é o de Jürgen Moltmann. Em "Teologia da Esperança", sua famosa obra, Moltmann responde aos influxos da filosofia da esperança (de Ernst Bloch), da exegese bíblica e do boom econômico da década de 1960, ultrapassando as interpretações existencialistas de Bultmann, Tillich, Barth e Brunner, para propor uma interpretação da mensagem cristã em que aspectos sociais, políticos e escatológicos ganham maior expressão (MONDIN, 2003, p. 269).

De acordo com Mondin, Moltmann se destacou também por sua Teologia da Cruz, pois sustentava que Cristo é o centro da reflexão teológica (2003, p. 271). Suas obras ainda continuam sendo muito estudadas e discutidas.

3.2. A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A Teologia da Prosperidade é um ramo relativamente novo na história pensamento teológico. Suas raízes se encontram nas ideias de Essek M. Kenyon, mas ganharam popularidade através de Kenneth Hagin, a partir dos anos 1970 e 80.

No cerne dessa teologia está a chamada “confissão positiva”, por meio da qual o cristão obtém seus pedidos pelo exercício imperativo de sua fé, exigindo de Deus as bençãos perseguidas (RODRIGUES, 2005, p. 83).

Ademais, a Teologia da Prosperidade assume as feições do imediatismo de mercado capitalista, tão característico da vida contemporânea. Igrejas menores funcionam como sucursais da grande igreja sede, e Deus é considerado sob a perspectiva de “premiador do quem tem fé”, atendendo-lhe as determinações.

3.3. A TEOLOGIA NEOPENTECOSTAL
O Neopentecostalismo é um movimento do evangelicalismo egresso do pentecostalismo (este considerado uma vertente ortodoxa) e perceptível em algumas denominações históricas, tais como os presbiterianos e os batistas.

Segundo Champlin, de grande influência para o movimento pentecostal foi o reavivamento ocorrido na rua Azuza, de Los Angeles, em 1906 (2013e, p. 416). No Brasil, as primeiras expressões de pentecostalismo vieram com missionários suecos, em Belém do Pará (CHAMPLIN, 2013e, p. 415).

Embora haja ligação histórica com o pentecostalismo, o Neopentecostalismo diverge por sua aproximação com a Teologia da Prosperidade. É caracterizado pelo sincretismo com religiões de outras matrizes, ênfase nos dons carismáticos e forte apelo à personalidade do líder. O Neopentecostalismo também tem apresentado grande versatilidade, já que é possível notar alguns de seus traços em praticamente todas as denominações da atualidade, especialmente no Brasil.

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