3. A COMUNICAÇÃO DE JESUS E SUAS POSSIBILIDADES NO USO ATUAL DAS REDES SOCIAIS
Tendo em vista os levantamentos apresentados até aqui, é possível imaginar um uso legítimo das redes sociais na atualidade na forma como Jesus as usaria. Para tanto, pode-se elaborar esta proposta cristã de uso das redes sociais através de três afirmações simples, desenvolvidas a seguir.
Jesus comunicava algo novo na linguagem de seus contemporâneos. Essa observação é fundamental, mesmo para a correta compreensão de Suas palavras. Ele decidiu deliberadamente assumir as características humanas de um povo determinado, numa cultura e momento histórico específicos. É evidente que essa escolha soberana faz parte de Sua própria mensagem, afinal, Ele veio na plenitude dos tempos (Gálatas 4:4).
Contudo, a linguagem é um dado vivo, que está em constante mutação. Se a mensagem de Jesus continua sendo relevante hoje em dia, isso se dá pelo Seu notável poder de falar aos seres humanos na linguagem própria deles. Jesus estabelece uma conexão direta com o coração humano. Sendo assim, os cristãos precisam continuar a falar ao mundo, mas na linguagem deste tempo. E isso é possível quando se atenta para a novidade de Jesus. Sua mensagem não consiste apenas de palavras, mas da linguagem que une palavras e vida, na vida de quem as escuta e vê.
Jesus usava diferentes suportes para alcançar diferentes públicos. Podemos observar Jesus falando às multidões, debatendo com grupos de estudiosos, ensinando seus discípulos e conversando na intimidade de um encontro particular em casa. Ele se mostrou bastante disponível aos diversos tipos de encontros que enfrentou. Isso revela Sua singular capacidade de ser maleável às circunstâncias, sem perder de vista as necessidades de cada grupo com o qual lidava.
De igual maneira, o cristão pode enxergar aqui os diversos formatos das redes sociais. É preciso entender bem a plataforma para falar às necessidades do público. Talvez haja aqui o maior dos desafios desse momento. No entanto, a ênfase deve recair não no tipo de rede social em questão, mas no alcance de diferentes públicos. Importa diversificar nos meios que estão disponíveis. Vídeos, imagens, áudios e textos de todos os formatos podem ser utilizados pelos cristãos, e cada um desenvolverá habilidades de acordo com o seu chamado. A forma de comunicação de Jesus sempre foi criativa.
Jesus deu primazia ao conteúdo e usou as formas como elementos auxiliares. Por fim, é necessário afirmar a indisponibilidade da mensagem. Diante das inúmeras possibilidades de impacto que Suas palavras causavam nas pessoas, Jesus nunca relativizou o que tinha a dizer na forma como dizia. Sua mensagem é fascinante, mas também é fortemente confrontadora. Jesus não aplicou filtros para se tornar mais atraente. Todas as Suas maneiras de expressão giravam em torno de quem Ele é.
Assim, a mensagem de Jesus é uma anti-exposição da pessoa. É Jesus Quem deve ser compartilhado, não propriamente o cristão. Não é o que a rede social pode proporcionar ao cristão, mas o que o cristão pode proporcionar aos que estão nas redes. Em última análise, trata-se da auto-exposição porque essa é a prática comum das redes sociais. E a vaidade humana é problema antigo. O cristão não pode ceder o conteúdo diante das formas e recursos, sob pena de invalidar a mensagem de Jesus por completo.
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